Volta às aulas

Por G1


Nesta terça-feira (2) foi lançada uma campanha para incentivar o fortalecimento do vínculo com a escola, o combate à evasão escolar e o retorno seguro às aulas. A iniciativa é da Globo e da Fundação Roberto Marinho em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e mais de 30 organizações sociais, institutos e fundações que trabalham com educação.

A TV Globo exibirá nos intervalos da sua programação cinco filmes com o conceito "O Futuro conta com a Educação e a Educação conta com você". Eles também serão exibidos nos canais GNT, Off, Multishow, Gloob, GloboNews, Viva e SporTV.

Participam dos vídeos a atriz Jessica Ellen, o ex-judoca e apresentador Flavio Canto, a jornalista Maju Coutinho e o ator Babu Santana. Há também uma peça com a locução de Fernanda Montenegro. Veja abaixo:

A ideia da campanha é mostrar que a volta exige cuidados redobrados, mas que é preciso que o aprendizado prossiga.

A campanha de incentivo à educação é uma continuidade do projeto "Não Desista de Seu Futuro", lançado em outubro de 2020, para que os alunos não deixassem de estudar em meio ao cenário da pandemia.

É uma parceria Globo, Fundação Roberto Marinho, Cenpec, Comunidade Educativa Cedac, CIEB, Consed, Ensina Brasil, FGV, Fundação Maria Cecília Souto Vigidal, Futura, Fundação Lemann, Fundação Grupo Volkswagen, Fundação Telefonica – Vivo, Imaginable Futures, Instituto BEI, Instituto Natura, Instituto Oi Futuro, Instituto Península, Instituto Unibanco, Instituto Votorantim, Itaú Educação e Trabalho, Itaú Social, Instituto Alana, Instituto Ayrton Senna, Instituto Reúna, Instituto Rodrigo Mendes, Instituto Sonho Grande, ISMART, Movimento Colabora, Movimento pela Base, Nova Escola, Parceiros da Educação, Porvir, Undime e Unicef.

Videoaulas na internet

Outra parte da campanha pretende dar apoio a professores e alunos durante as aulas remotas.

Quase 1.000 horas de videoaulas do ensino médio estão disponíveis para estudantes na internet desde a última segunda-feira (1º). O conteúdo está no YouTube do Canal Futura. O endereço é https://www.youtube.com/canalfutura

Na TV, estas mesmas aulas serão transmitidas de segunda a sexta-feira, das 18h às 19h15, também no Canal Futura. Serão três aulas por dia, de três disciplinas diferentes.

A iniciativa poderá ser adotada mesmo nas redes de ensino que já desenvolveram suas próprias aulas remotas. O conteúdo segue a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pode ser complementar ao ensino preparado por professores.

Assim, se uma escola identificar que um aluno não absorveu determinado conteúdo que deveria ter aprendido no ano passado, ela poderá usar as videoaulas para dar um reforço ao estudante, por exemplo.

"A partir do momento que foram estabelecidos protocolos para gravações, começamos a produzir os conteúdos. A ideia é que as videoaulas sejam complementares ao que as redes de ensino estão produzindo, já que a base é comum. Se temos um bom conjunto de aulas disponíveis nacionalmente, isso poderia ajudar as redes a racionalizarem recursos", afirma João Alegria, gerente-geral do Laboratório de Educação da Fundação Roberto Marinho.

"A ideia é dizer a alunos e professores que eles não estão sozinhos, e não deixar nenhum estudante para trás", afirma Marcio Motokane, líder de projetos da Fundação Roberto Marinho e diretor das videoaulas.

Ao todo, são 911 vídeos. As aulas foram gravadas por 22 professores de todas as regiões do país para trazer diversidade de linguagens e culturas ao material.

Em 2020, a fundação já havia colocado no YouTube do Futura outras 638 videoaulas, voltadas para o 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Este conteúdo também está na grade da programação do Canal Futura, de segunda a sexta-feira, às 10h.

Na internet, os materiais estão em listas de vídeos (playlists) específicas, separadas por disciplina, como matemática, língua portuguesa, biologia, e organizadas em sequência.

"O aluno que está se preparando para o Enem ou buscando um conteúdo específico pode ir lá e filtrar. As redes também podem adotar, como apoio", afirma João Alegria.

Videoaulas seguem conteúdo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e podem servir de complemento às aulas dos professores — Foto: Fundação Roberto Marinho/Divulgação

Estudar na pandemia

Em março do ano passado, as escolas foram fechadas para conter a transmissão do coronavírus. Um ano depois, o país atravessa mais um período de aumento de casos e mortes, trazendo preocupação para a volta às aulas presenciais.

Em dezembro do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) autorizou que as aulas remotas ocorressem enquanto durasse a pandemia. A regra vale para todas as redes de ensino, em caráter excepcional, quando as aulas estiverem suspensas pelas autoridades locais ou quando não houver condições sanitárias.

Com o avanço de casos e mortes por Covid no país, a volta às aulas presenciais segue em xeque. A maioria das redes de ensino está voltando das férias com aulas remotas, com conteúdo on-line ou materiais impressos.

Ainda que o ritmo de contaminação diminua, a tendência é que o ensino híbrido permaneça. A metodologia tem sido adotada em diversas redes de ensino para planejar a reabertura, porque permite diminuir o número de alunos na sala de aula, sem interromper o ensino.

Para Wilson Risolia, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, a pandemia agravou os desafios da educação, aumentando a desigualdade no ensino e a defasagem na aprendizagem.

“O lançamento faz parte de um conjunto de esforços da Fundação Roberto Marinho para disponibilizar soluções educacionais que apoiem os estudantes e os professores, especialmente no cenário da pandemia", afirma Risolia.

Outras iniciativas

Além das videoaulas para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio, a Fundação Roberto Marinho também desenvolveu parcerias logo nos primeiros meses de pandemia para dar suporte às redes de educação pública do país.

Inicialmente, diz Alegria, houve uma tentativa de implementar uma rede nacional de educação, para transmitir conteúdo pela televisão, em especial nos canais educativos.

A iniciativa não avançou, mas deu espaço para um caminho alternativo. Em parceria com entidades que representam os secretários municipais de educação, a Undime, e os secretários estaduais de educação, o Consed, foi desenvolvido o projeto "Vamos Aprender".

São 340 programas feitos para serem transmitidos na televisão, com orientações de uso das atividades para professores e familiares. Ao todo, 19 estados, o DF e 58 municípios fizeram parceria. "A gente pensou nisso porque a TV está na casa das pessoas, mas a internet não está", afirma Alegria.

"Quem nos procurou e solicitou, levou, e vai continuar assim", brinca.

Para chegar a essas iniciativas, diversas pesquisas foram feitas. Uma delas apontou que 28% dos jovens entrevistados afirmavam que pensavam em deixar a escola após a pandemia. Quase metade (49%) pensava em desistir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova considerada o maior vestibular do país porque a nota permite disputar vagas em universidades por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Os dados foram reunidos na plataforma "Juventudes, Educação e Trabalho", para oferecer dados que possam dar diagnósticos para estados e municípios. O acesso é gratuito e pode ser feito no site https://pjet.frm.org.br/

Professores

Além das aulas em apoio aos estudantes, os professores também têm à disposição o acervo pedagógico da Fundação.

São 900 aulas com conteúdo atual para download gratuito, com material para o 6º ao 9º ano do ensino fundamental e para o ensino médio.

Para ter acesso ao material, basta se cadastrar no site da FRM (aqui). Uma parceira com o Google For Education permite que os professores possam baixar as aulas direto no Google Classroom, para usar com seus alunos adaptado às aulas preparadas por eles.

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