De cada 10 estudantes brasileiros, 7 saem da escola sem saber compreender um texto ou fazer contas mais complexas. É para reduzir esta defasagem, apontada pela ONG Todos pela Educação desde 2019, que o Programa Impulsionar convida startups a inscreverem suas tecnologias educacionais em um processo de aceleração na rede pública de ensino.
Sete edtechs de todo o país serão selecionadas para apoiar as secretarias municipais de educação de Bonito (PE), Cabrobó (PE), Domingos Mourão (PI), Guaramiranga (CE), Igarassu (PE), Santa Maria (RS) e Volta Redonda (RJ).
O objetivo é apoiar o desenvolvimento de habilidades em Língua Portuguesa e Matemática e a elaboração de plataformas de gestão que permitam o acompanhamento do desempenho dos estudantes do 6º ao 9º ano.
O Impulsionar tem cinco fases. A primeira é a inscrição e a seleção em programaimpulsionar.com.br a partir dos critérios de cada edital. A seguir, a aceleração conduzida pelo Quintessa, durante nove meses, para aprimorar a tecnologia a partir do feedback de educadores e estudantes.
Na fase seguinte, as edtechs inserem suas tecnologias na educação pública, com apoio financeiro a partir de R$ 100 mil, e passam por monitoramento periódico.
Em janeiro de 2023, na etapa final, os resultados do programa são sistematizados e as startups têm a oportunidade de escalar suas soluções dentro das secretarias municipais de educação.
"O programa é uma grande oportunidade para edtechs pois foca na dor de entrar, implementar e escalar soluções educacionais dentro do setor público", diz Anna de Souza Aranha, diretora do Quintessa.
"Elas terão suporte financeiro e especializado em aceleração, educação, compras públicas e mensuração de resultados. Isso tudo de forma integrada com o suporte pedagógico que os professores e educadores das secretarias já estarão recebendo", completa.
O Programa Impulsionar conta com financiamento de Fundação Lemann, Imaginable Futures, BID Lab e parceria técnica de Quintessa e Instituto Reúna —organizações que acreditam no potencial que soluções inovadoras em tecnologia podem trazer para a educação brasileira.
Para Fábio Tran, diretor da Imaginable Futures no Brasil, inovação e tecnologia podem ajudar a reduzir as desigualdades que a pandemia reforçou na educação.
"A colaboração entre diversos setores da sociedade é chave para destravar as mudanças que precisamos na educação. Experiências exitosas do passado apontam para a importância da parceria entre educadores, gestores, empreendedores e governo na construção coletiva de caminhos que viabilizam a aprendizagem equitativa", afirma.
"A cada dia vemos novos exemplos de como a tecnologia pode ajudar a reverter o quadro de defasagem de aprendizagem dos estudantes brasileiros", diz Lucas Rocha, gerente de inovação da Fundação Lemann.
"Estamos animados com a colaboração entre startups, secretarias de educação e educadores para enfrentar, juntos, o desafio da defasagem", completa.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.