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    Rede pública oferece atividade escolar a distância para 74% dos alunos

    Pesquisa aponta também que um em cada quatro estudantes está sem qualquer tipo de atividade de ensino

    Iuri Pittada CNN

    Pesquisa inédita obtida pela CNN mostra que, três meses após a declaração da pandemia do coronavírus e o consequente fechamento de escolas, 74% dos alunos da rede pública no Brasil recebem algum conteúdo de ensino não presencial, mas um em cada quatro estudantes está sem qualquer tipo de atividade de ensino. 

    Essa realidade, porém, varia conforme a região do país: enquanto no Sul 94% das crianças e jovens em idade escolar realiza alguma atividade educacional a distância, no Norte o percentual cai para apenas metade (52%) do contingente.

    A pesquisa mostra também que o índice cresce conforme aumenta a idade escolar das crianças e adolescentes: 67% nos cinco anos do Ensino Fundamental 1, 71% no Fundamental 2 e 85% entre os jovens do Médio.

    O levantamento feito pelo Datafolha entre os dias 18 e 29 de maio ouviu 1.028 pais ou responsáveis por 1.518 crianças e jovens matriculados nos ensinos Fundamental e Médio em todo o Brasil. As entrevistas foram realizadas por telefone e a pesquisa tem margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%.

    O estudo foi encomendado pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, organizações que atuam no apoio ao ensino público, justamente para ajudar as redes de ensino na formulação de políticas públicas para atender os alunos à distância. 

    Os dados da pesquisa dão dimensão ao cenário que o futuro ministro da Educação terá pela frente. Embora os governos estaduais e municipais sejam responsáveis diretos pelas escolas, a União atua na coordenação e financiamento do ensino público. Além do apoio nas atividades de ensino à distância, as redes vão precisar de adaptação para a retomada das aulas presenciais, incluindo recuperação e reforço de conteúdos prejudicados durante o período de escolas fechadas. 

    Tecnologia faz diferença 

    A maior parte dos alunos acessa as atividades ofertadas por meio de algum equipamento tecnológico (internet pelo celular ou computador, TV ou rádio), e 84% dedicam mais de uma hora por dia aos estudos. O estudo mostra que quase todas as famílias entrevistadas (96%) têm telefone celular e mais da metade (59%) conta com internet banda larga na residência.

    O acesso, no entanto, também é bastante discrepante conforme a região do país. Se no Sul 71% dos estudantes têm internet banda larga em casa, no Norte são 37% e no Nordeste, 53% – Sudeste e Centro-Oeste registram 65%. 

    De acordo com a pesquisa, 37% dos alunos recebem como material didático atividades pela TV, pelo rádio, videoaulas gravadas ou conteúdo acessado pela internet. Outros 34% têm disponível tanto esse tipo de atividade quanto material impresso, e quase 3% recebe apenas atividades escolares em papel. 

    O acesso à internet é a principal dificuldade apontada pelas famílias em relação às atividades não educacionais (23%), enquanto um em cada cinco entrevistados indicam ter dificuldades com o conteúdo e 15% dizem ter como problema a falta de equipamentos ou a falta de interesse no conteúdo. Por sua vez, metade dos entrevistados considera ver evolução no aprendizado dos estudantes, mesmo com as atividades à distância.

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